À beira de você, toda a paisagem
se resume a isto: nenhuma urgência
que seu rosto brilhe, mas ele arde
como se quisesse compensar em luz
o seu silêncio. Gastaria a vida assim,
à orla do céu que reflete
na água quieta que rola no intervalo
entre nós. Demoro-me aqui,
à roda desse engano,
dessa infinitamente triste alegria.
E quanto mais me sinto afogar,
mais permaneço,
se o amador a nadar para fora
prefere morrer na coisa amada.
FERRAZ, Eucanaã. Cinemateca. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
Um comentário:
Amor que encontra e leva à perdição, adocica e envenena, cura e mata.
Adoro e ler e me identificar com tudo aqui...
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