Desenterro os ossos pensando reconstruir-me
na manhã próxima que pousará absurda nesta praia
à margem do mundo.
.....................................Tudo
se dá sob os reinos da invenção: morro
hoje, nunca concluído (uma escultura na areia),
sem ruído;
.....................................amanhã,
como a milhares de anos, estarei vivo
(os cabelos num novo incêndio, o corpo
inconsútil no espaço)
e, recomeçado,
.........................serei inacabado e breve.
CARVALHO, Age de.
Seleta. Belém: Paka-tatu, 2003.
Um comentário:
que lindo..
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