Contente de me dar como as gaivotas
bebo o outono e a tarde arrefecida.
Perfeito o céu, perfeito o mar, e este amor
por mais que digam é perfeito como a vida.
Tenho tristezas como toda a gente.
E como toda a gente quero alegria.
Mas hoje sou de um céu que tem gaivotas,
leve o diabo essa morte dia a dia.
ANDRADE, Eugénio de. Primeiros poemas - As mãos e os frutos - Os amantes sem dinheiro. Porto: Assírio & Alvim, 2012.