16.3.18
voa
em tempos de desumanidade no Brasil, eu abomino quem prefere as armas de metal.
como disse Maiakovski, "Nosso arsenal é o canto. / Metal? São timbres que tinem".
hoje à noite, Antonio Cicero toma posse na Academia Brasileira de Letras. "alguém se reconhece poeta e decide dedicar-se à poesia", diz Cicero no livro "A poesia e a crítica", "a partir do momento em que se apaixona por um ou por vários poemas de verdade". a importância do cânone literário será o norte de seu discurso de posse, como antecipa a Folha de São Paulo em página inteira que também celebra a ótima coincidência de que, justo nessa sexta-feira, Marina Lima lança seu novo disco, que tem um título bonito: "Novas famílias".
graças ao Duda Leite, soube que o jornal oferece, na versão digital da matéria, uma playlist com canções de Cicero de diferentes épocas, da qual tenho a honra de fazer parte. fui dormir triste com o Brasil, mas acordei feliz. saúdo meu grande amigo, a poesia e o lance do poema:
"Pisa sobre estas esplêndidas ruínas e,
se não há caminhos,
voa."
AN.
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