Humanizar o cisne
é violentá-lo. Mas
também quem nos dirá
o arisco esplendor
— a presença do cisne?
Como dizê-lo? Densa
a palavra fere
o branco
expulsa a presença e — humana —
é esplendor memória
e sangue.
E
resta
não o cisne: a
palavra
— a palavra mesmo
cisne.
In FONTELA, Orides.
Poesia completa. São Paulo: Hedra, 2015.
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