Uma sombra pode vir do céu,
imponderável como as nuvens,
e cair no dia feito um véu
ou a tampa de um ataúde.
E nada impede que se afundem
neo-Atlântidas e arranha-céus
ou que nossas cidades-luzes
submersas se tornem mausoléus.
Em arquipélagos, os ilhéus
pisarão ruínas ao lume
do mar, maravilhados e incréus
e devotados a insolúveis
questões, espuma, areia, fúteis
e ardentes caminhadas ao léu.
CICERO, Antonio. A cidade e os livros. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Um comentário:
Obrigada pelo post.
Um abraço,
Luciana
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